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quinta-feira, 26 de março de 2009

O meu trabalho!! :)


Peneireiro-das-Torres


-->Caracteristicas:


O Peneireiro-das-Torres (Falco naumanni) pertence à ordem dos Falconiformes e à família Falconidae. Esta pequena ave, com 29-32 cm de comprimento e 58-72 cm de envergadura, possui asas estreitas e uma cauda esbelta, onde sobressaem as duas penas centrais mais proeminentes, facilmente visíveis em qualquer posição. Ligeiramente mais pequeno e com a cauda mais curta do que o Peneireiro-de-dorso-malhado (Falco tinnunculus), estas duas espécies são, no entanto e essencialmente na comparação de fêmeas, bastante semelhantes. Os machos adultos de Falco naumanni apresentam um padrão de coloração mais forte no dorso, onde é evidente o contraste entre o manto liso (sem as manchas negras características de F. Tinnunculus) e a cor azulada das grandes coberturas. A parte inferior das asas é também menos marcada e mais pálida. A plumagem das fêmeas e imaturos é muito semelhante ao Peneireiro-de-dorso-malhado sendo, contudo, menos marcada e mais pálida na zona do ventre e área inferior das asas.






-->Distribuição:






Amarelo: área de nidificação;
Azul: área de invernada;
Verde: residente todo o ano;

-->Habitat:
Esta ave apresenta preferência por áreas abertas e cultivadas, locais com vegetação não muito alta, onde pode facilmente localizar as suas presas, como pousios, campos lavrados com alguma vegetação, culturas extensivas de cereais (ocupam estes locais essencialmente no período das ceifas, quando os insectos ficam mais acessíveis) e estepes. No Norte de África os peneireiros caçam nas savanas, estepes e áreas não cultivadas. Em Portugal, esta espécie está fortemente associada às estepes cerealíferas da região do Alentejo, onde o sistema tradicional de cultivo permite a sua subsistência.

-->Alimentação:




A base da sua dieta é constituída essencialmente por invertebrados, destacando-se neste grupo os ortópteros (gafanhotos) e coleópteros (escaravelhos). Alimenta-se também de pequenos mamíferos, aves e répteis. Caça geralmente em grupo, aproveitando as flutuações sazonais de abundância das presas. Percorre grandes distâncias peneirando à procura de alimento e ingere as presas no ar. Pode também capturar presas em voo, como é o caso das formigas aladas. É uma espécie oportunista, que explora as abundâncias locais; no período das ceifas, grandes bandos seguem as ceifeiras e enfardadoras, capturando facilmente os insectos desprotegidos. Quando há queimadas ou incêndios procura alimento nas zonas ardidas.


-->Reprodução:




O Francelho-das-torres é uma espécie colonial que elege as construções humanas como principal local de nidificação, sendo bastante tolerante à presença do Homem. As colónias albergam um número muito variável de casais, possuindo as maiores entre 120 e 200 casais. Colónias com menos de 10 casais são, no entanto, muito comuns, podendo esta espécie nidificar isoladamente. Para além dos telhados e cavidades de edifícios, nidifica em buracos de árvores, fragas e falésias, montes de pedra e antigos ninhos de corvídeos. As posturas iniciam-se no mês de Abril e são constituídas, em geral, por 3 a 5 ovos. Antes e durante o período de postura os machos alimentam as fêmeas (alimentação de corte), trazendo para o ninho presas de maiores dimensões, geralmente répteis ou pequenos mamíferos. O intervalo de tempo entre a postura de 2 ovos é de cerca de 48 horas. Ambos os sexos incubam durante 28 a 29 dias. A emancipação das crias dá-se cerca de 28 dias após a eclosão.

->Estatuto de conservação
Esta espécie está classificada na categoria SPEC1 (Species of European Conservation Concern). No nosso país, o Francelho-das-torres tem estatuto vulnerável, estando ainda incluído nos anexos das Convenções de CITES, Berna, Bona e Directiva Aves.

-->Factores de ameaça:

Actualmente, a maior ameaça nas áreas de reprodução parece ser o decréscimo da disponibilidade de alimento, consequência da intensificação da agricultura, do abandono das práticas tradicionais e da urbanização. A Política Agrícola Comum tem condicionado as práticas agrícolas em toda a Europa; a crescente intensificação da agricultura e o abandono das práticas tradicionais conduziram, nas últimas décadas, a uma perda progressiva dos habitats preferenciais de caça desta espécie. Nalgumas regiões, o uso de pesticidas na agricultura foi apontado como responsável pela redução do sucesso reprodutor. A perda de locais de reprodução, devida à destruição e reconstrução de edifícios e a perseguição e perturbação humana são também considerados como factores de ameaça para as populações desta espécie.


-->Medidas de Conservação:
· Melhorar e disponibilizar novos locais de nidificação, através da construção de Paredes de Nidificação e recuperação dos edifícios onde estão estabelecidas as colónias;
· Aumentar as áreas de alimentação, promovendo culturas agrícolas benéficas para a presença das suas principais presas;

· Elaborar propostas de gestão para as ZPE’s consideradas, nomeadamente a apresentação de propostas para inclusão em Medidas Agro-Ambientais semelhantes ao Plano Zonal de Castro
· Verde, para a ZPE do Vale do Guadiana e de Campo Maior;
Promover acções de sensibilização das populações para a importância da conservação do habitat pseudo-estepário e do Peneireiro-das-torres


Reflexão:
Este trabalho foi o que eu mais gostei de realizar ao longo do ano, foi o que mais me cativou e interessou.
O peneireiro-das-torres é uma ave lindissima e interessante. Não consigo perceber qual é o interesse das pessoas em polo em via de extinção. nomeadamente a caça do peneireiro-das-torres é incompreenssivel. Adorei fazer este trabalho :)

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